quarta-feira, 13 de junho de 2007

Reflexão e Inércia

Desde que comecei a dar aulas, sempre que um aluno me procura por um motivo ou por outro, faço questão de parar o que quer que seja para atende-lo (algumas vezes realmente não é possível, mas eu me esforço bastante pra isso). Eu gosto de saber o que se passa na cabeça deles, se estão gostando da matéria, do curso, se já sabem que rumo vão tomar profissionalmente e essas coisas. Tudo isso é mesmo só uma desculpa para conhecer melhor “o meu eleitorado”, tentar descobrir o que está funcionando e o que não está funcionando em minhas aulas, enfim, tentar melhorar como professora. Às vezes me surpreendo com algumas perguntas, fico pensando que diabos estou fazendo da minha vida já que o aluno assiste aula, aparentemente entende tudo e me faz uma pergunta que deixa óbvio que não entendeu nada desde o início. Outras perguntas mostram a capacidade de decorar que os alunos têm, que muitas vezes é diretamente proporcional à capacidade de esquecer e inversamente proporcional à vontade de pensar no assunto... Outro dia me aconteceu de perder a paciência com um aluno (aqui na minha sala, cabe dizer, longe dos outros). Acho que acabei me excedendo e falando um monte de coisas que achei, naquele momento, que ele precisava ouvir. Em seguida me arrependi, achei que peguei pesado demais e cheguei a pedir desculpas. Depois fiquei pensando: acho que devo a minha formação, torta ou certa, aos professores que tive que tiveram a coragem de chamar a atenção para alguma coisa que eu estava fazendo sem me dar conta. Não acho que sou dona da verdade, mas fiquei pensando se não é função do professor, em determinados momentos, chamar a atenção de um determinado aluno sobre alguma coisa que julgue certa ou errada. Se o professor está certo ou não, é outra história, mas que uma chamada bem dada pode ajudar a começar a refletir sobre certas atitudes, isso lá ajuda, nem que seja pro sujeito se convencer de que o professor se equivocou miseravelmente e que a melhor atitude a ser tomada é aquela mesma, só que agora depois de uma reflexão, e não por pura inércia...

Nenhum comentário: