quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

O Carma, a Imprensa, a Carga Genética e as coisas que já foram escritas...

Vou tentar começar uma nova série nesse blog: linguagem científica x imprensa. Tenho uma birra histórica com isso. Sofri na pele as confusões quando era estudante e vejo meus alunos sofrendo com isso a cada ano.

A primeira da lista é a carga genética, que é vista como carma, destino ou desgraça em nossas vidas ou (principalmente) na vida alheia. Na imprensa leiga, a carga genética é confundida com o genoma ou o conjunto de genes de um indivíduo.

Para tudo! Tá errado! Carga genética é outra coisa, e não tem nada a ver com um indivíduo particular (se você não entende genética, ou matemática, isso não tem nada a ver com a "sua" carga genética, mesmo porque você não tem uma).

Carga genética é um conceito populacional (só faz sentido se usada em um conjunto de organismos da mesma espécie, que habitam um mesmo local de modo que qualquer um pode _ veja bem, eu disse pode _ acasalar com qualquer outro do sexo oposto com igual probabilidade). Carga genética está relacionada com os alelos deletérios presentes em uma população.

Ao começar a escrever este post, fui dar uma olhada nas definições, para não falar nada errado e dei de cara com um artigo do Prof. Sérgio Russo Matioli, da USP. O artigo está publicado na revista Genética na Escola. Depois dessa, só me resta colocar o link para que você possa ler o artigo na fonte. Lá tem tudo o que é necessário saber sobre carga genética. Boa leitura!

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

A insônia, a falta de noção e "o andar do bêbado"

Adoro livros de divulgação científica, mesmo na minha área, tenho muito prazer em ler. Acho que os autores que se dedicam a isso são excelentes escritores, conseguem transformar uma coisa hermética, como é a ciência, em algo divertido e interessante para os não iniciados.

Sempre que vou a livrarias vou à seção de ciências para saber das novidades. Há alguns anos fui apresentada a um novo autor pela minha orientadora, o livro era "O Andar do Bêbado", de Leonard Mlodnow". Não sei nem pronunciar o nome, mas o fato é que gostei do livro, até cito alguns exemplos em minhas aulas de evolução, porque acho que são muito pertinentes para convencer meus alunos de que o acaso é muito importante em processos evolutivos.

Bom, depois de ler "O Andar do Bêbado", encontrei "A Janela de Euclides". O último achado foi o "Subliminar". Ok, sou fã desse autor de sobrenome impronunciável, confesso que se aparecerem outros livros dele, vou ter que dar um jeito de ler, e rápido.

Este post é só pra dizer que entrei em contato com ele essa semana para convidá-lo a participar de um evento em Viçosa. Entrei em sua  página pessoal e simplesmente convidei, com o meu inglês tacanho e informal mesmo. Fiquei surpresa porque ele respondeu (e rápido), e quase caí para trás quando vi que a resposta era positiva!

Sim, tenho o prazer de anunciar que graças à minha cara de pau incorrigível, temos a chance de receber o Dr. Leonard Milodnow em Viçosa, ao vivo e à cores, como eu jamais ousei nem imaginar!

Agora é conseguir financiamento para garantir a vinda dele. Temos algumas alternativas como agências de fomento: CNPq, CAPES,FAPEMIG. Espero também poder contar com a administração da universidade em que trabalho, para que possamos confirmar sua vinda o quanto antes e poder desfrutar da palestra.

O mais interessante é que mandei a mensagem pra ele no meio de uma noite de insônia. Estava tentando trabalhar, sem muito sucesso, fui navegar na internet, já estava com o convite na cabeça e resolvi tentar... Achei uma aba para fazer comentários na página dele e escrevi de qualquer jeito mesmo. Na verdade, achei que o troço ia parar nas mãos de algum tipo de secretário, que no mínimo ia me responder algo com o preço da palestra... Não foi nada disso, ele mesmo respondeu e estamos em comunicação para acertar os detalhes de sua vinda (ele me disse que três dias depois ele tem que estar na Índia!). Tenho certeza de que isso foi mais uma obra do acaso, talvez porque eu estava um pouco "bêbada" de cansada, com uma insônia chata que me motivou a fazer o convite àquela hora da madrugada...