segunda-feira, 25 de agosto de 2008

7 pecados - a vaidade

Tudo bem, o post sobre a inveja não rendeu nem um comentário, nem pra bem nem pra mal, o que mexeu um pouco com a minha vaidade...

Por falar nisso, outro pecado capital. Olha o que a Wikipedia define como vaidade:

"Vaidade é o desejo de atrair a admiração das outras pessoas. Uma pessoa vaidosa cria uma imagem pessoal para transmitir aos outros, com o objetivo de ser admirada. Mostra com extravagância seus pontos positivos e esconde seus pontos negativos. A vaidade é mais utilizada hoje para estética, visual e aparência da própria pessoa. A imagem de uma pessoa vaidosa estará geralmente em frente a um espelho, a exemplo de Narciso.
Uma pessoa vaidosa pode ser gananciosa, por querer obter algo valioso, mas é só para causar
inveja nos outros.(que frase estranha!)
O que pelas lentes de alguns é asseio, ou glamour, ou fantasia, ou amor ao belo, ou elevação da auto-estima, pelas lentes de outros pode ser (parecer) vaidade. Nos Ensaios de Montaigne há um capítulo sobre a Vaidade. A Vaidade (também chamada de Orgulho ou Soberba) é considerada o mais grave dos pecados capitais."

Se for isso mesmo, a vaidade nada mais é que outro lado da moeda da inveja. Voltando a nosso ambiente ancestral, se por um lado nos esforçamos para eliminar os indivíduos belos e brilhantes, também nos esforçamos por parecer belos e brilhantes... E tudo isso para que? Para aumentar o sucesso reprodutivo.

Parece que a nossa personalidade, bem como nossos instintos mais primitivos, (que a Igreja considera como pecados sujeitos à condenação - os capitais) foram moldados por nossa necessidade de reprodução (quem não a tinha não deixou descendentes, por isso está fora da equação). Então temos que pensar em indivíduos na corda bamba: por um lado parecendo belos e brilhantes aos olhos dos demais e por outro lado tentando não ser assassinados quando convenciam os demais disso.

Não seria uma estratégia então não ser vaidoso para não chamar a atenção dos inimigos? Talvez houvesse quem, mesmo se esforçando, não parecesse nem belo nem brilhante. Talvez também houvesse quem fosse generoso a ponto de conviver bem com a beleza e o brilho alheios.

De qualquer forma, a vaidade, que é o pior pecado capital segundo a Igreja, hoje em dia é vista com bons olhos pela sociedade. É possível que sempre tenha sido bem vista, afinal, somos seres capazes de dissimulação, e a partir disso, é, e sempre foi, muito mais importante para os outros como você se mostra do que como você de fato é. Aliás, qual é mesmo a diferença?

Isso talvez justifique a corrida enlouquecida às clínicas de estética para melhorar não-sei-o-quê não-sei-onde, colocando silicone, esticando, puxando, rasgando, cortando, aspirando... O interessante é que se ganha muito dinheiro com a vaidade alheia. Tá aí, o pessoal que cuida, gosta e ganha muito dinheiro já sacou faz tempo como evoluímos e quais são nossas necessidades psicológicas básicas: uma delas é certamente garantir a próxima geração, o que nos leva a querer atrair parceiros e consequentemente nos leva às clínicas de beleza. Quer ganhar dinheiro? Mire em nossas características mais arraigadas, em nossas necessidades mais profundas, em nossos desejos mais primitivos, não tem jeito de errar.

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