Vou tentar começar uma nova série nesse blog: linguagem científica x imprensa. Tenho uma birra histórica com isso. Sofri na pele as confusões quando era estudante e vejo meus alunos sofrendo com isso a cada ano.
A primeira da lista é a carga genética, que é vista como carma, destino ou desgraça em nossas vidas ou (principalmente) na vida alheia. Na imprensa leiga, a carga genética é confundida com o genoma ou o conjunto de genes de um indivíduo.
Para tudo! Tá errado! Carga genética é outra coisa, e não tem nada a ver com um indivíduo particular (se você não entende genética, ou matemática, isso não tem nada a ver com a "sua" carga genética, mesmo porque você não tem uma).
Carga genética é um conceito populacional (só faz sentido se usada em um conjunto de organismos da mesma espécie, que habitam um mesmo local de modo que qualquer um pode _ veja bem, eu disse pode _ acasalar com qualquer outro do sexo oposto com igual probabilidade). Carga genética está relacionada com os alelos deletérios presentes em uma população.
Ao começar a escrever este post, fui dar uma olhada nas definições, para não falar nada errado e dei de cara com um artigo do Prof. Sérgio Russo Matioli, da USP. O artigo está publicado na revista Genética na Escola. Depois dessa, só me resta colocar o link para que você possa ler o artigo na fonte. Lá tem tudo o que é necessário saber sobre carga genética. Boa leitura!
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