Eu ia escrever um monte de coisas... Mas achei uns vídeos, muito interessantes.
Sabe a comparação da espécie humana com bactérias, veja se você vê alguma relação...
Mais que um blog de educação, que pretende discutir a relação professor-aluno, este blog também tem como objetivo (me) fazer refletir sobre a vida em sociedade e o papel da educação no direcionamento de novos cidadãos... Será que isso é realmente possível?
segunda-feira, 23 de maio de 2011
sábado, 21 de maio de 2011
Simbio II, Rio Paranaíba
Ontem fui dar uma palestra em Rio Paranaíba, no outro campus da UFV, a universidade em que trabalho. Apesar da longa viagem até lá (10 horas de ida e 8 de volta) e da pequena audiência, foi uma das palestras mais produtivas que já dei (pelo menos pra mim). Na verdade eu tinha uma vaga ideia do que falar, mas acabei enveredando por um caminho totalmente diferente e inusitado...
O objetivo era falar do "quando" em evolução. Dei alguns exemplos de uso do Relógio Molecular em meu laboratório. Resolvi começar com a noção de "quando" na história da humanidade. Já tinha lido alguma coisa a respeito, mas resolvi rebuscar um pouco mais...
Como a viagem foi longa, num carro de de passeio (sempre pensei que o "space fox" fosse realmente espaçoso... lêdo engano), e eu tinha 4 companheiros eventuais de viagem (pessoas que nunca tinha visto antes, mas que foram agradáveis surpresas como companhia de "roubada"), fomos conversando sobre os mais variáveis temas, desde transgênicos, passando por política de meio ambiente à paranóia de ter filhos (todo mundo acha que eu tenho que ter filhos, vai entender!).
Bom, minha palestra foi se consolidando na minha pobre mente perturbada pelo cansaço, a estrada e as conversas que rolaram dentro do carro. Depois de chegar no hotel, rolaram ainda mais contratempos como um quarto sujo, uma troca de quarto, a falta de toalhas e cobertores e o principal: tomadas incompatíveis com o meu computador!!!! Foi tudo solucionado, mas à meia-noite, com uma palestra por terminar, parecia o fim do mundo!
Mais ou menos à 1:30 da manhã, consegui sentar para terminar finalmente a palestra. Lá pelas 2:30 - 3:00 consegui desenrolar o arquivo do LaTeX (o power-point de quem não tem mais o que inventar pra se enrolar na vida...) para apresentar no dia seguinte, às 10:00 da manhã. Antes da minha palestra, pude assistir às apresentações de dois dos meus companheiros de viagem, e as coisas foram mudando ainda mais dentro da minha cabeça (ainda cansada, com sono e com muito, muito frio!)
Voltando à palestra, o objetivo era falar do "quando" em evolução, quando me dei conta que a questão do "quando" é crucial para a conservação do ambiente. Meus dois colegas de "roubada" foram falar justamente disso: um deles das modificações no código florestal e o outro da lista sempre crescente de espécies ameaçadas de extinção ou extintas... (parece que algumas espécies foram decretadas como extintas assim que foram descritas, um absurdo!!!).
A questão é a seguinte: o ser humano não consegue pensar em tempos muito longos. Fiquei me questionando o seguinte: Nossa espécie passou a maior parte da sua existência (mais ou menos uns 160-180 mil anos) como caçadora-coletora, e, portanto tem uma ótima noção de dia e noite (e da duração do dia e quando deve retornar à caverna, antes que escureça). Quando se tornou agrícola (há mais ou menos 10 ou 12 mil anos) ganhou a noção de estações do ano (em alguns momentos faz frio, em outros nem tanto e em outros ainda, faz calor!), e de que isso deveria ser cíclico (uma bela conclusão, que exige um altíssimo poder de abstração, como veremos no fim deste texto). Como fazer esta espécie pensar nas gerações futuras, uma vez que vivemos em média uns 80 anos?
A viagem com relação ao tempo passou por físicos (que fizeram a hipótese do BigBang, pela qual o Universo tem 13 bilhões de anos) e geólogos (que aumentaram a idade da Terra de 6.000 anos, como reza a Bíblia, para 3,5 a 4,5 bilhões de anos). Esta nova idade da Terra é conhecida pela ciência desde meados do Século XVII, um pouco antes de Darwin lançar sua teoria, em 1859.
Voltando à noção de tempo... Apresentei um dos resultados do meu "laboratório", que explica a diversificação em uma família de Odonata (libélulas para os não-iniciados). Nestes resultados, obtivemos evidências de que após a (quinta) última grande extinção (aquela de 65 milhões de anos atrás, na qual os dinossauros, e a maior parte dos organismos do Planeta, foram extintos!), houve uma grande quantidade de eventos de especiação, de modo que surgiram vários grupos de espécies na família que estudamos. Traduzindo: a grande extinção eliminou milhares de espécies, das quais sobraram umas poucas, que, com o tempo, se adaptaram aos novos ambientes, ocupando o "espaço vazio" deixado pelas espécies que se extinguiram.
É importante lembrar que um evento de grande extinção não ocorre em um dia ou um mês, mas sim em séculos, nos quais as condições do ambiente estão tão ruins que levam milhares (ou milhões) de organismos à extinção. Num período destes, aqueles que se adaptam rápido (sim, em evolução, um milhão de anos é rapidinho) acabam levando a melhor e sendo representados no futuro.
Foi aí que a palestra mudou de rumo: contei para a platéia que há quem diga que estamos em plena sexta grande extinção do Planeta (em pouquíssimo tempo estamos extinguindo milhares de espécies, algumas sem termos tomado conhecimento da existência). Depois de finalizado este nosso belo trabalho, é possível que as condições de vida para nós mesmos fiquem bastante precárias, e, no limite, podemos ser extintos também.
É bem possível que após esta devastação, as espécies remanescentes se diversifiquem, recolonizando a Terra, que com o tempo vai ter apenas vestígios de nossa lamentável existência.
Depois de afirmar isso (não exatamente com estas palavras, sou péssima para repetir o que eu mesma digo), abri para perguntas. A primeira pergunta que surgiu foi: "professora, você é a favor da extinção da humanidade?" Confesso que fiquei um tanto atordoada, tudo que pude responder foi: "não tenho filhos". É isso mesmo, não tenho filhos porque acho que o Planeta não suporta mais gente. Somos 7 bilhões, a maior parte dos quais luta diariamente pela subsistência...
Não dá para pensar no meio ambiente ou no futuro do Planeta se o camarada não sabe se vai ter o que jantar! Provavelmente a maior parte da população morre de rir quando vê um ambientalista falando de conservação de florestas, ou do mico leão de não sei o quê. Não sou contra a preservação, muito pelo contrário, mas não acredito em preservação sem educação.
Se houvesse, por exemplo, uma percepção mais ampla do tempo, talvez o código florestal não estivesse prestes a sofrer modificações absurdas... Não conheço o documento em profundidade, mas, reduzir de 30 para 15 metros o espaço junto aos rios ou riachos onde não se pode plantar é não ter noção nenhuma de tempo... Gostaria de lembrar aos senhores proprietários rurais que às vezes chove um pouco mais do que eles gostariam, e que isso provoca inundações terríveis (ou será que essa gente não se deu conta das estações, ou de fenômenos climáticos como el niño ou la niña?) Outra coisa a ser lembrada é que a falta de vegetação em torno da água provoca assoriamento dos rios... Ninguém lembra de 2 ou 3 anos atrás? Tudo bem não ter noção de milhões de anos, mas de 2 ou 3 anos, é demais! [como eu disse, pensar em coisas cíclicas, como estações em um ano, exige demasiada abstração por parte do Homo sapiens (ou nem tantus...)]
Outro papo que veio à tona foi o do crescimento populacional. Todo mundo sabe que Malthus mostrou que a população humana cresce em escala geométrica, enquanto a produção de alimentos cresce em escala aritmética. Isso levaria certamente a uma fome generalizada. Graças à revolução verde e aos avanços da agricultura (parte deles de responsabilidade orgulhosa da UFV, a universidade em que trabalho), esse colapso ainda não aconteceu. Os transgênicos são, hoje, a promessa de que não vai acontecer... (outra falta de percepção do tempo quase infantil!)
Acho que precisamos começar a raciocinar um pouco melhor sobre este assunto... Plantar e colher exige recursos naturais, que infelizmente estão se exaurindo. Temos outro problema, que talvez no momento seja pior: produzimos mais lixo do que o ambiente é capaz de processar e que dura mais tempo que a existência do ser humano que o produziu. É pura lógica: uma hora dessas, com a quantidade de gente no mundo, isso vai acabar dando problema...
Não sei se esses desastres vão acontecer no meu tempo de vida, ou no tempo de vida dos filhos dos meus amigos ou dos meus alunos, ou dos filhos dos filhos deles (viu como eu não sou tão pessimista assim?). Só sei que a solução dada pelos livros de ficção científica era simplesmente deixar o Planeta e viajar para outro. Fico me perguntando se isso tudo tem algum sentido... (deixamos um Planeta e fazemos a mesma coisa em outro, e talvez em um terceiro, um quarto... Beleza, o Universo é infinito mesmo...)
Um dos professores de Rio Paranaíba, que trabalha com bactérias, comentou sobre o crescimento bacteriano em laboratório:
Ele disse que as bactérias têm várias fases. Na primeira, se reproduzem lentamente (como o fez a humanidade até uns 500 anos atrás), depois a taxa de crescimento aumenta um pouco, depois aumenta assustadoramente (a fase log, onde cresce exponencialmente, que é o ponto onde imagino que estejamos). Isso não pode durar pra sempre (apesar dos governos acharem que não é hora das populações pararem de crescer, porque precisamos de gente para produzir!!! ???). Depois da fase log, vem a fase de estabilização (na qual a quantidade de indivíduos que nasce é igual à que morre). Nesta fase, as bactérias consomem o que resta dos recursos. Nesta fase também, se acumulam as toxinas, produzidas como dejetos das próprias bactérias. Depois de um tempo estável, a população começa a declinar, tanto por falta de recursos quanto pela toxicidade do ambiente.
Com a estratificação da sociedade (que existe, apesar do que dizem os políticos), adivinhe quem vai sofrer primeiro a falta de recursos e a intoxicação por nosso lixo?
Vou parar de escrever, a cada linha diminui mais a quantidade de leitores potenciais deste post... Sim, estou pessimista, mas ainda acho que se todo mundo conseguir pensar em um tempo um pouquinho maior que a próxima refeição (ou a próxima bolada de dinheiro que vai ganhar), as coisas tendem a melhorar. Minha esperança é que a fase log acabe antes da exaustão do Planeta, e que eu não esteja mais por aqui quando a população começar a declinar pela fome e excesso de lixo. Como eu gostaria de poder dar um chacoalhão em cada ser humano e dizer: acorda, criatura!!! Você quer continuar vivendo, e bem? Então para de consumir tanto, para de produzir tanto lixo e vota direito, caramba!
O objetivo era falar do "quando" em evolução. Dei alguns exemplos de uso do Relógio Molecular em meu laboratório. Resolvi começar com a noção de "quando" na história da humanidade. Já tinha lido alguma coisa a respeito, mas resolvi rebuscar um pouco mais...
Como a viagem foi longa, num carro de de passeio (sempre pensei que o "space fox" fosse realmente espaçoso... lêdo engano), e eu tinha 4 companheiros eventuais de viagem (pessoas que nunca tinha visto antes, mas que foram agradáveis surpresas como companhia de "roubada"), fomos conversando sobre os mais variáveis temas, desde transgênicos, passando por política de meio ambiente à paranóia de ter filhos (todo mundo acha que eu tenho que ter filhos, vai entender!).
Bom, minha palestra foi se consolidando na minha pobre mente perturbada pelo cansaço, a estrada e as conversas que rolaram dentro do carro. Depois de chegar no hotel, rolaram ainda mais contratempos como um quarto sujo, uma troca de quarto, a falta de toalhas e cobertores e o principal: tomadas incompatíveis com o meu computador!!!! Foi tudo solucionado, mas à meia-noite, com uma palestra por terminar, parecia o fim do mundo!
Mais ou menos à 1:30 da manhã, consegui sentar para terminar finalmente a palestra. Lá pelas 2:30 - 3:00 consegui desenrolar o arquivo do LaTeX (o power-point de quem não tem mais o que inventar pra se enrolar na vida...) para apresentar no dia seguinte, às 10:00 da manhã. Antes da minha palestra, pude assistir às apresentações de dois dos meus companheiros de viagem, e as coisas foram mudando ainda mais dentro da minha cabeça (ainda cansada, com sono e com muito, muito frio!)
Voltando à palestra, o objetivo era falar do "quando" em evolução, quando me dei conta que a questão do "quando" é crucial para a conservação do ambiente. Meus dois colegas de "roubada" foram falar justamente disso: um deles das modificações no código florestal e o outro da lista sempre crescente de espécies ameaçadas de extinção ou extintas... (parece que algumas espécies foram decretadas como extintas assim que foram descritas, um absurdo!!!).
A questão é a seguinte: o ser humano não consegue pensar em tempos muito longos. Fiquei me questionando o seguinte: Nossa espécie passou a maior parte da sua existência (mais ou menos uns 160-180 mil anos) como caçadora-coletora, e, portanto tem uma ótima noção de dia e noite (e da duração do dia e quando deve retornar à caverna, antes que escureça). Quando se tornou agrícola (há mais ou menos 10 ou 12 mil anos) ganhou a noção de estações do ano (em alguns momentos faz frio, em outros nem tanto e em outros ainda, faz calor!), e de que isso deveria ser cíclico (uma bela conclusão, que exige um altíssimo poder de abstração, como veremos no fim deste texto). Como fazer esta espécie pensar nas gerações futuras, uma vez que vivemos em média uns 80 anos?
A viagem com relação ao tempo passou por físicos (que fizeram a hipótese do BigBang, pela qual o Universo tem 13 bilhões de anos) e geólogos (que aumentaram a idade da Terra de 6.000 anos, como reza a Bíblia, para 3,5 a 4,5 bilhões de anos). Esta nova idade da Terra é conhecida pela ciência desde meados do Século XVII, um pouco antes de Darwin lançar sua teoria, em 1859.
Voltando à noção de tempo... Apresentei um dos resultados do meu "laboratório", que explica a diversificação em uma família de Odonata (libélulas para os não-iniciados). Nestes resultados, obtivemos evidências de que após a (quinta) última grande extinção (aquela de 65 milhões de anos atrás, na qual os dinossauros, e a maior parte dos organismos do Planeta, foram extintos!), houve uma grande quantidade de eventos de especiação, de modo que surgiram vários grupos de espécies na família que estudamos. Traduzindo: a grande extinção eliminou milhares de espécies, das quais sobraram umas poucas, que, com o tempo, se adaptaram aos novos ambientes, ocupando o "espaço vazio" deixado pelas espécies que se extinguiram.
É importante lembrar que um evento de grande extinção não ocorre em um dia ou um mês, mas sim em séculos, nos quais as condições do ambiente estão tão ruins que levam milhares (ou milhões) de organismos à extinção. Num período destes, aqueles que se adaptam rápido (sim, em evolução, um milhão de anos é rapidinho) acabam levando a melhor e sendo representados no futuro.
Foi aí que a palestra mudou de rumo: contei para a platéia que há quem diga que estamos em plena sexta grande extinção do Planeta (em pouquíssimo tempo estamos extinguindo milhares de espécies, algumas sem termos tomado conhecimento da existência). Depois de finalizado este nosso belo trabalho, é possível que as condições de vida para nós mesmos fiquem bastante precárias, e, no limite, podemos ser extintos também.
É bem possível que após esta devastação, as espécies remanescentes se diversifiquem, recolonizando a Terra, que com o tempo vai ter apenas vestígios de nossa lamentável existência.
Depois de afirmar isso (não exatamente com estas palavras, sou péssima para repetir o que eu mesma digo), abri para perguntas. A primeira pergunta que surgiu foi: "professora, você é a favor da extinção da humanidade?" Confesso que fiquei um tanto atordoada, tudo que pude responder foi: "não tenho filhos". É isso mesmo, não tenho filhos porque acho que o Planeta não suporta mais gente. Somos 7 bilhões, a maior parte dos quais luta diariamente pela subsistência...
Não dá para pensar no meio ambiente ou no futuro do Planeta se o camarada não sabe se vai ter o que jantar! Provavelmente a maior parte da população morre de rir quando vê um ambientalista falando de conservação de florestas, ou do mico leão de não sei o quê. Não sou contra a preservação, muito pelo contrário, mas não acredito em preservação sem educação.
Se houvesse, por exemplo, uma percepção mais ampla do tempo, talvez o código florestal não estivesse prestes a sofrer modificações absurdas... Não conheço o documento em profundidade, mas, reduzir de 30 para 15 metros o espaço junto aos rios ou riachos onde não se pode plantar é não ter noção nenhuma de tempo... Gostaria de lembrar aos senhores proprietários rurais que às vezes chove um pouco mais do que eles gostariam, e que isso provoca inundações terríveis (ou será que essa gente não se deu conta das estações, ou de fenômenos climáticos como el niño ou la niña?) Outra coisa a ser lembrada é que a falta de vegetação em torno da água provoca assoriamento dos rios... Ninguém lembra de 2 ou 3 anos atrás? Tudo bem não ter noção de milhões de anos, mas de 2 ou 3 anos, é demais! [como eu disse, pensar em coisas cíclicas, como estações em um ano, exige demasiada abstração por parte do Homo sapiens (ou nem tantus...)]
Outro papo que veio à tona foi o do crescimento populacional. Todo mundo sabe que Malthus mostrou que a população humana cresce em escala geométrica, enquanto a produção de alimentos cresce em escala aritmética. Isso levaria certamente a uma fome generalizada. Graças à revolução verde e aos avanços da agricultura (parte deles de responsabilidade orgulhosa da UFV, a universidade em que trabalho), esse colapso ainda não aconteceu. Os transgênicos são, hoje, a promessa de que não vai acontecer... (outra falta de percepção do tempo quase infantil!)
Acho que precisamos começar a raciocinar um pouco melhor sobre este assunto... Plantar e colher exige recursos naturais, que infelizmente estão se exaurindo. Temos outro problema, que talvez no momento seja pior: produzimos mais lixo do que o ambiente é capaz de processar e que dura mais tempo que a existência do ser humano que o produziu. É pura lógica: uma hora dessas, com a quantidade de gente no mundo, isso vai acabar dando problema...
Não sei se esses desastres vão acontecer no meu tempo de vida, ou no tempo de vida dos filhos dos meus amigos ou dos meus alunos, ou dos filhos dos filhos deles (viu como eu não sou tão pessimista assim?). Só sei que a solução dada pelos livros de ficção científica era simplesmente deixar o Planeta e viajar para outro. Fico me perguntando se isso tudo tem algum sentido... (deixamos um Planeta e fazemos a mesma coisa em outro, e talvez em um terceiro, um quarto... Beleza, o Universo é infinito mesmo...)
Um dos professores de Rio Paranaíba, que trabalha com bactérias, comentou sobre o crescimento bacteriano em laboratório:
Ele disse que as bactérias têm várias fases. Na primeira, se reproduzem lentamente (como o fez a humanidade até uns 500 anos atrás), depois a taxa de crescimento aumenta um pouco, depois aumenta assustadoramente (a fase log, onde cresce exponencialmente, que é o ponto onde imagino que estejamos). Isso não pode durar pra sempre (apesar dos governos acharem que não é hora das populações pararem de crescer, porque precisamos de gente para produzir!!! ???). Depois da fase log, vem a fase de estabilização (na qual a quantidade de indivíduos que nasce é igual à que morre). Nesta fase, as bactérias consomem o que resta dos recursos. Nesta fase também, se acumulam as toxinas, produzidas como dejetos das próprias bactérias. Depois de um tempo estável, a população começa a declinar, tanto por falta de recursos quanto pela toxicidade do ambiente.
Com a estratificação da sociedade (que existe, apesar do que dizem os políticos), adivinhe quem vai sofrer primeiro a falta de recursos e a intoxicação por nosso lixo?
Vou parar de escrever, a cada linha diminui mais a quantidade de leitores potenciais deste post... Sim, estou pessimista, mas ainda acho que se todo mundo conseguir pensar em um tempo um pouquinho maior que a próxima refeição (ou a próxima bolada de dinheiro que vai ganhar), as coisas tendem a melhorar. Minha esperança é que a fase log acabe antes da exaustão do Planeta, e que eu não esteja mais por aqui quando a população começar a declinar pela fome e excesso de lixo. Como eu gostaria de poder dar um chacoalhão em cada ser humano e dizer: acorda, criatura!!! Você quer continuar vivendo, e bem? Então para de consumir tanto, para de produzir tanto lixo e vota direito, caramba!
Assinar:
Postagens (Atom)